Sim.
O Instituto Tecnológico e Nuclear realizou um estudo que envolveu a medição do radão no ar interior
de 4200 habitações em Portugal e conclui que em 2,6% destas (ver estudo), era ultrapassado o valor
máximo recomendado pela legislação portuguesa de 400Bq/m3 (1 Bq/m3 = 1 desintegração de um
átomo de radão num m3 de ar num segundo). No mapa do ITN em frente, pode-se ver a distribuição dos
valores encontrados, sendo que a verde se encontram os valores médios mais reduzidos, a amarelo valores
intermédios e a vermelho os mais elevados.
A legislação portuguesa apenas prevê medidas preventivas contra o radão nas novas construções
nos distritos de Braga, Porto, Vila Real, Viseu, Guarda e Castelo Branco. Mas podemos concluir deste
estudo que existem zonas de risco mais elevado de radão em edifícios em todos os distritos
de Portugal, incluindo por exemplo nalguns Concelhos de Lisboa, Coimbra, Portalegre, Évora,
Beja ou Algarve, principalmente se os solos nesses concelhos forem graníticos.
Entretanto a União Europeia tem vindo a ser mais exigente ao nível das radiações ionizantes
a que as populações e os trabalhadores estão expostos nas suas casas e locais de trabalho. Na sua
Directiva 2013/59/EURATOM de 5 de Dezembro de 2013, no artigo 74º, vem definir que os Estados-
Membros estabeleçam níveis de referência nacionais para as médias anuais para as
concentrações de atividade média de radão, que não devem exceder 300Bq/m3, dando um
prazo para os Estados-Membros legislarem nesse sentido, algo que ainda tem de ser feito em Portugal.